aqui anoitece sempre, quando não anoitece em mais lugar nenhum.
nunca poderia ter desejado que me tivesses dito palavras que não tinhas em ti,
porque eu não era a jeanne nem tu o modi e eu nunca me mataria por ti.
deitavas-te na cama, sem uma palavra e o único soar naquele quarto era o arranhar da chuva nas janelas.
nunca percebeste porque era melancólica, porque chorava sem razão,
porque apenas me sentia em casa quando não acendia as luzes e eu nunca te quis explicar, nunca te quis explicar, porque era melhor assim, porque doía demais falar.
às vezes acordáva a meio da noite e pedia-te para irmos ver as luzes da avenida, o transito a passar.
ias sempre a contra gosto, como gaivotas em terra.
subíamos a avenida e sentavamo-nos no marques, semicerravamos os olhos e víamos as luzes desfocadas dos candeeiros e dos carros, aquele mar de barcos velozes.
acendias-me um cigarro e eu esquecia-me do mundo, do mundo que era demasiado pequeno nessas noites.
nunca poderia ter desejado que me tivesses dito palavras que não tinhas em ti,
porque eu não era a jeanne nem tu o modi e eu nunca me mataria por ti.
deitavas-te na cama, sem uma palavra e o único soar naquele quarto era o arranhar da chuva nas janelas.
nunca percebeste porque era melancólica, porque chorava sem razão,
porque apenas me sentia em casa quando não acendia as luzes e eu nunca te quis explicar, nunca te quis explicar, porque era melhor assim, porque doía demais falar.
às vezes acordáva a meio da noite e pedia-te para irmos ver as luzes da avenida, o transito a passar.
ias sempre a contra gosto, como gaivotas em terra.
subíamos a avenida e sentavamo-nos no marques, semicerravamos os olhos e víamos as luzes desfocadas dos candeeiros e dos carros, aquele mar de barcos velozes.
acendias-me um cigarro e eu esquecia-me do mundo, do mundo que era demasiado pequeno nessas noites.