julho 18, 2010



"Ainda hoje me acontece ouvir, à noite, uma voz que me chama pelo meu nome próprio, na rua. Uma voz rouca. Arrasta um pouco as sílabas e identifico-a de imediato: a voz de Louki. Volto-me, mas não vejo ninguém. Não só à noite, mas no ócio de certas tardes de Verão em que não sabemos muito bem em que ano estamos. Vai recomeçar tudo como dantes. Os mesmos dias, as mesmas noites, os mesmos lugares, os mesmos encontros. O Eterno Retorno."

julho 16, 2010




E mesmo quando todas as tardes morressem nos teus lábios eu saberia que seria sempre assim: que teria sempre esta luz difusa que te confundia e te intrigava, que amaria sempre o lado sem sentido da vida e consequentemente que me amarias, que a incerteza seria sempre o que pisaria todos os dias e que viveria no eterno retorno sendo sempre feliz em lugares destruídos pelo tempo.
Os lugares não são destruídos pelo tempo, são as pessoas que os destroíem disse-te eu um dia quando te pedi para te despires e dançares comigo contra o vento.

julho 06, 2010



a luz. a mesma cadeira. a mesma fila. a mesma tela. a mesma ânsia pelos beijos desbotados e tristes numa ponte em paris. o morrer da luz. o escuro. o silêncio.
a solidão de que são feitos os meus dias.

julho 04, 2010



"O Júlian ocupava uma água-furtada no bairro de St. Germain.
O andar reduzia-se a duas divisões: uma sala com uma cozinha diminuta que dava para a balaustrada de onde se viam as torres de Notre-Dame emergindo no meio de uma selva de telhados e neblina, e um quarto sem janelas com uma cama de solteiro."